A PELE DO LOBO
AUTOR: Artur Azevedo: (A. Nabantino Gonçalves de A.), jornalista, poeta, contista e teatrólogo, nasceu em São Luís , MA, em 7 de julho de 1855, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 22 de outubro de 1908. Ao lado do irmão Aluísio de Azevedo, participou do grupo fundador da Academia Brasileira de Letras.
GÊNERO: Dramático (comédia): Drama, em grego, significa "ação". Pertencem ao gênero dramático os textos, em poesia ou prosa, feitos para serem representados, encenados, dramatizados.
O gênero dramático compreende as seguintes modalidades:
Tragédia: é a representação de um fato funesto, triste, suscetível de provocar compaixão e terror (catarse). Aristóteles afirmava que a tragédia era "uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror".
Comédia: é a representação de um fato inspirado na vida cotidiana, no sentimento comum, de riso fácil, em geral criticando os costumes. Os temas são leves e alegres.
ESTRUTURA: peça em um ato e dez cenas.
COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA: a peça A pele do lobo apresenta a trilogia da unidade: unidade de ação, de tempo e de espaço, o que significa que todo o drama ocorre em um único espaço cênico, em um único tempo determinado e os fatos se sucedem em função de uma única ação. Por tratar-se de um texto dramático, não apresenta narrador – toma-se conhecimento da história através das falas e ações das personagens. As indicações de cena (cenário, entradas e saídas das personagens, quem diz o que, como, e quando) são feitas pelas rubricas.
Um dos objetivos do texto dramático, no caso da comédia, é corrigir os defeitos do homem através do riso. Artur Azevedo, em A pele do lobo, censura alguns aspectos da sociedade carioca do século XIX, com um texto que, respeitando-se os elementos particulares da época, mantém uma temática bastante atual. Através das falas e ações das personagens, nota-se a crítica à atuação das autoridades responsáveis pela segurança da população, enfatizando o descaso, a intolerância e a inoperância, com que tratam as causas dos cidadãos, em detrimento de vantagens pessoais. A verdadeira intenção de se estar “aturando” as implicações do cargo é a possibilidade de ascensão política, social e econômica. Há também uma crítica à burocracia, ao excesso de papéis necessários para o bom andamento de um processo, bem como a noção de que a maioria da população não conhece nem domina os termos (variedade linguística) utilizados nos autos processuais. O drama critica ainda a forma como a população trata o bem público, que por ser de todos, não é de ninguém, e cada qual acredita que pode tratá-lo como bem quiser, inclusive, destruindo-o.
O título da obra, A pele do lobo, relacionado à frase de Amália, Quem não quiser ser lobo, não lhe vista a pele, retrata bem o tema abordado, ou seja, aquele que não quer passar horas ouvindo as partes de denúncia ou de defesa em um processo, que não quiser chegar tarde aos eventos – ou mesmo perdê-los, que não quiser perder a hora de comer, dormir ou levantar, que não se candidate ao cargo de subdelegado. Caso contrário, terá que lidar com atrasos, com pessoas de diferentes níveis sociais, econômicos e culturais, com papéis, bandidos e, além de tudo, expor-se publicamente.
PERSONAGENS:
Cardoso: subdelegado, que pediu o cargo, visando conseguir, após a morte de um colega, galgar um cargo superior. É impaciente e não suporta receber as queixas das pessoas. Representa o funcionário público que não atua de acordo com as necessidades e obrigações de seu cargo e, quando o faz, é de má vontade.
Amália: esposa de Cardoso, atormenta-o com horários rígidos, acusa-o por ter aceito o cargo e sugere que o abandone.
Apolinário: cidadão do povo, criador de galinhas, uma parte. Representa o indivíduo de pouca escolaridade, humilde, bajulador e enrolado. Faz-se de tonto, mas impõe sua presença pela subserviência.
Perdigão: Compadre de Cardoso. Vem reclamar o atraso dos padrinhos.
Jerônimo: Outra parte, o acusado que se transforma em vítima. Trata mal o bem público, reclama da burocracia e impõe-se pela força. Termina preso.
Manuel Maria, Vitorino e Compadre: testemunhas.
Uma parte.
Dois soldados de polícia: agentes que aparecem para restabelecer a ordem.
TEMPO: atualidade (1875). Cronológico: quando começa a primeira cena, Cardoso e Amália já estavam prontos para sair há duas horas e dois minutos. Quando termina a última cena, já eram três horas e um quarto de espera. Psicológico: a marcação sistemática dos minutos indica que cada minuto consistia em um período insuportável de espera, quando eram eles que tinham que ouvir as partes; por outro lado, parecia que o tempo passava muito depressa, acentuando o atraso dos dois.
ESPAÇO: Rio de Janeiro, sala da casa de Cardoso: a casa da autoridade é uma repartição pública.
amaei muito bem explicado ajudou paka's muito obrigado bj thallyson
ResponderExcluirPorra,bom demais,gostei ! me ajudou muito,valeu !
ResponderExcluirTenho q apresentar essa obra sexta feira dia 5/7 depois de amanha e esta me ajudando muito
ResponderExcluirValeu pla ajuda
Flw